ERA MODERNA
ERA MODERNA
Depois do Renascimento ter abalado o monopólio da Igreja sobre o pensamento, cultura e política europeia, o século 17 marca a vitória definitiva da razão e da ciência sobre a religião — um movimento batizado de Iluminismo.
A Europa, que antes era um continente unificado pelo poder eclesiástico, divide-se em nações poderosas. Grã-Bretanha, França, Espanha, Portugal e Holanda consolidam seu poderio econômico com colônias ao redor do mundo e, em cada país, surge uma próspera classe média urbana.
Aos filósofos modernos coube a iniciativa de integrar o raciocínio filosófico com o científico, em alta depois que as grandes navegações — e os grandes lucros provenientes do comércio com as Índias — comprovaram noções negadas pelo poder eclesiástico, como o fato de a Terra ser redonda.
Os britânicos Thomas Hobbes e Francis Bacon foram pioneiros nessa fase, que inaugura o período conhecido como a Idade da Razão.
Não por acaso, vários desses filósofos são matemáticos de formação, como René Descartes, tido como o fundador do pensamento moderno.
Para ele, o raciocínio matemático é o melhor modelo para conhecer o mundo. A pergunta “o que posso conhecer?” marcou a crença de que a sabedoria vem da razão, pensamento que dominaria o continente europeu no século seguinte.
Na Grã-Bretanha, porém, uma tradição filosófica bem diferente ganhou corpo. Inspirado em Francis Bacon, John Locke chegou à conclusão de que não é a razão, mas a experiência, a fonte de conhecimento sobre o mundo.
Apesar da divisão entre o racionalismo continental e o empirismo britânico, havia algo em comum: a importância do ser humano, um ser dotado de razão e capaz de experimentar o mundo.
Questões como a natureza do Universo, que até então dominavam o pensamento, saíram da filosofia e entraram para a ciência, a cargo de figuras como Isaac Newton.
À filosofia, restaram perguntas de ordem epistemológica, existencial e política: “como podemos conhecer o que conhecemos?”, “qual é a essência do eu?” e “o que ocorrerá no mundo se a monarquia cair?”. Dúvidas que lançaram bases para um sério questionamento sobre o status quo e para a consolidação do ideal democrático nascente.
A grande mudança intelectual dos modernos foi considerar as coisas externas (a natureza, a política etc) como representações ou conceitos. Isto é, tudo o que pode ser conhecido deve ser transformado pelo homem em um conceito distinto e demonstrável, permitindo ao homem interpretá-lo a seu bel prazer.
Na convicção moderna, a razão governa emoções, vontades e define o melhor sistema político. Mas toda essa certeza chega ao fim com Immanuel Kant, que dá uma guinada no pensamento filosófico. Com a Crítica da Razão Pura, Kant coloca um freio no afã racionalista ao demonstrar como e por que nossa racionalidade não é absoluta (ou não pode responder a tudo).
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